Prazer, carne de sol!
Se você pensa que já provou, leia este texto! Pode se surpreender descobrindo que não era a autêntica.
Viajando pelo nordeste, constato aquilo que já sabia: muita gente pensa que já mas nunca comeu a autêntica carne sol! Por isto, vou tentar dessalgar esta confusão!
A carne de sol é tradicional do nordeste brasileiro e do norte-nordeste mineiro, regiões de clima seco e quente, que favorece o processo de cura. O principal diferencial em relação à carne seca e ao charque é a menor quantidade de sal e o menor tempo de secagem.
Portanto, acredite: como o processo é rápido, o meio permanece úmido, então é uma carne mais suculenta e macia! Isso por que em geral não precisa ficar de molho para dessalgar nem de longo cozimento. Geralmente é feita com partes mais “nobres” do boi, que são talhadas (abertas em mantas), salgadas e postas a secar... Por aqui já experimentei carne de sol bovina feita de picanha, alcatra, maminha, coxão mole e já vi diversos outros cortes sendo utilizados como filé mignon, contra filé, lagarto, paleta, etc. Pode também ser de outras origens como suína, ovina e caprina.
Como fazer:
Historicamente foi um método criado para que a carne resistisse às altas temperaturas do sertão nordestino, mas atualmente o modo de preparo é bastante particular e, entre todos os estados do nordeste que passei, já conferi algumas formas de preparo. Claro que não existe o certo ou o errado, mas sim resultados diferentes!
Atualmente já existem casas especializadas espalhadas pelo país que comercializam um boa carne de sol, mas se você tem curiosidade de conhecer o preparo ou até mesmo se aventurar no processo, segue, de forma resumida, o passo a passo de como pode ser feita, segundo o Dilermando, Gerente do Tábua de Carne, Natal-RN:
1.Escolha um corte de qualidade que deseja trabalhar;
2.10% do peso da carne será a quantidade de sal a utilizar;
3.Abra a carne em “manta” e, se necessário, limpe as aparas. Importante não ser uma peça alta.
4.Polvilhe o sal e deixe descansando por um tempo. Vire e descanse do outro lado. Após cerca de 2hrs conserve tampada na geladeira durante a noite.
5.Neste processo, a carne está protegida pelo sal e inicia-se o processo de cura.
6.Na manhã seguinte, para fazer a dessalga, deixe a carne submersa em água fria na geladeira. Troque a água uma ou duas vezes.
7.Está pronta para o preparo.
Ainda é comum a carne de sol ser servida frita, mas os melhores preparos, na minha opinião, são aqueles na brasa, finalizando com manteiga de garrafa, agregando ainda mais sabor, servida com o queijo coalho, melaço, pirão de leite, farinha d’agua, macaxeira frita e vinagrete! Impossível não se sentir parte da cultura sertaneja!
Apesar das confusões conceituais entre carne de sol, carne seca, charque, serenada, jerked beef, uma coisa é certa: todas essas carnes são muito interessantes, versáteis e apreciadas. Tiveram sua vida prolongada e suas características alteradas, ganhando um bônus para compensar a perda da suculência, que é a concentração de sabor.
Pra você que ainda tem dúvida, o processo de produção dela não utiliza nada do sol além do nome! Se for ao nordeste, não deixe de comer este tradicional produto.
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francisco carneiro
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