Você sabe a diferença entre a Cota Hilton e a Cota 481?
Vários são os aspectos que caracterizam cada uma das diferentes cotas de envio de carne bovina para a Europa, mas entre as principais diferenças está o sistema de alimentação dos animais, sendo a primeira animais exclusivamente criados em pasto e a segunda em confinamento. Confira abaixo mais detalhes sobre cada uma e o que podemos aprender com estes protocolos!
                        
Cota Hilton
Surgiu em 1979 e recebeu esse nome devido à cadeia norte-americana de hotéis. Quando a rede hoteleira foi instalada na Europa na década de 50, tinha como principal propósito servir cortes de carne bovina com o mesmo padrão que servia nos Estados Unidos.
A partir disso, a União Europeia atribuiu uma cota para exportações de cortes bovinos diferenciados.
Atualmente, a cota Hilton inclui cortes de carne bovina fresca ou resfriada, sem osso e de alto padrão, oriundos de animais inteiros de 13 a 24 meses com apenas dentes de leite, ou animais castrados ou fêmeas de 25 a 36 meses de idade com até 4 dentes incisivos alimentados exclusivamente a pasto até os 10 meses de idade.
As exportações dos cortes Hilton são acompanhadas de um “certificado de autenticidade”, emitido pela autoridade competente do país credenciado para esse tipo de exportação. Atualmente, a cota brasileira é de 10 mil toneladas de carne desossada por ano. Esse produto é proveniente de bovinos cuja idade é verificada pela Base Nacional de Dados (BND) do SISBOV.
Para compor a cota, os animais devem ser cadastrados antes dos dez meses de idade, assim como a fazenda em questão, que deve ser certificada e classificada como Estabelecimento Rural Aprovado no SISBOV e estar na lista Trace.
 A exportação de carne bovina dentro da Cota Hilton recebe benefícios fiscais através de redução da taxa cobrada pela UE em 20%. 
 Para o pecuarista, além das melhorias na gestão da propriedade em função das exigências citadas, a Cota Hilton traz uma bonificação nos preços pagos pela arroba.
 Em 2017, o prêmio para o "gado Europa" variou de R$2,00 a R$3,00/@. No caso dos bovinos que atendem a Cota Hilton, houve um ágio adicional de R$3,00 a R$5,00/@.
Resumo de como se enquadrar na Cota Hilton:
 A. Cadastro da propriedade no SISBOV;
 B. Fazer um pedido de números SISBOV através da certificadora;
 C. Comprar os brincos e identificadores de acordo com o SISBOV;
 D. Identificar os bovinos até os 9 meses e 29 dias;
 E. Incluir os animais, através da certificadora, no Banco Nacional de Dados - SISBOV;
 F. Transferir os animais para o "ERAS" de terminação;
 G. Cumprir noventa (90 dias) em fazendas certificadas;
 H. Abate com conferência da idade e identificação pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal);
 O frigorífico precisa ser habilitado a exportar para a União Europeia.
Características dos bovinos para Cota Hilton
 Os bovinos destinados à Cota Hilton deverão ser criados em pasto e identificados até a desmama (no máximo 9 meses e 29 dias). Antes do abate é conferida a tipificação dos animais e os itens avaliados são:
 - Sexo e maturidade: as novilhas e os machos castrados deverão ter no máximo quatro dentes incisivos permanentes, enquanto que, os machos inteiros deverão ter somente dentes de leite.
Conformação de carcaça: as carcaças podem se enquadrar em três classificações, sendo (A) Convexa, (B) Subconvexa ou (C) Retilínea. Carcaças com conformação (D) Sub-retilínea e (E) Côncava são desclassificadas.
- Acabamento: É a distribuição e a quantidade de cobertura de gordura da carcaça, sendo descrita através dos seguintes números:
1. Ausente - 0 mm;
 2. Escassa - de 1 a 3 mm;
 3. Mediana - de 4 a 6 mm;
 4. Uniforme - de 7 a 10 mm;
 5. Excessiva - acima de 10 mm.
 As carcaças devem se enquadrar na classificação dois e três.
 - Peso: As carcaças para Cota Hilton devem atender os limites mínimos:
 Macho - mínimo de 240 kg de carcaça (16@)
 Fêmea - mínimo de 195 kg de carcaça (13@)
Cota 481
Criada com o diferencial de isentar a taxa de importação, é uma cota mais difícil de alcançar por causa das exigências europeias.
Para se enquadrar neste segmento, o animal atender uma série de exigências restritas em relação ao tipo de alimentação (mínimo 100 dias em dietas de muito alta energia), conformação dos cortes de carne, ausência de hematomas, idade do bovino no momento de abate (devem ser menores de 30 meses). Além disso, a carne produzida na Cota 481 apresenta um bom marmoreio, ou seja, infiltração de gordura intramuscular, com maciez, aroma, etc. Atualmente, a Cota envolve 18 cortes de alto valor, sendo que grande parte tem um preço ainda maior que os registrados na Cota Hilton.
 O diretor comercial da JBS Europa, Juliano Jubileu alerta, “a gente tem que ter atenção a isso, porque é uma cota de carne de “alta qualidade”, o nosso pecuarista tem que estar atento a qualidade, a Cota 481 e aos animais castrados, porque realmente isso faz a diferença.” No Brasil, o mercado está começando a operar de forma fluida, de acordo com o Courdec.  O obstáculo, na avaliação dele, está nas várias exigências por parte do marcado comprador porque “a Cota 481 abrange contingente de carne de alta qualidade produzida em confinamento.
Fonte: Agrolink, Revista BeefWorld e SBC
E o que a gente tem a aprender com estas tais cotas? Bom, independente dos nomes, o que dá pra aprender é que, ao criar PROTOCOLOS, grandes são as chances de seu business ter sucesso! Isso por que você define uma série de exigências que não são negociáveis. Que todos os colaboradores, clientes, parceiros, sócios, investidores saberão e não dá margem para desvios!
Pense nisso e por que não criar sua própria “cota”? Conte com o TC para te ajudar!

 
                     
                                
Olá, deixe seu comentário para Você sabe a diferença entre a Cota Hilton e a Cota 481?
Denis Neddef
Eng. Denis Neddef
Maurício Ianni
Luis Schmidt
Andréa Mesquita
Olá, Luis, como vai? Obrigada pelo seu comentário.
Pelo que entendi, sua dúvida se refere à bovinos criados em regime de pasto, o que os faria pertencer à cota Hilton ou não, correto?
Não sou especialista em exportação, mas acredito que a principal diferença é que a exigência para exportação de carne bovina para Europa está focada na procedência do animal, gestão da fazenda (ambiental, social e econômica), no bem estar animal, em questões sanitárias e habilitações dos frigoríficos, não sendo exigidos aspectos como região do corte, idade, sexo, conformação de carcaça ou mesmo um limite (em toneladas) de exportação, como ocorre na cota Hilton*.
*"A característica é de que seja composta por cortes especiais do quarto traseiro de novilhos precoces, desossada, fresca ou resfriada, com alto padrão de qualidade. A cota brasileira é de 10 mil toneladas de carne desossada por ano. A carne deverá ser oriunda do abate de bovinos com boa conformação de carcaça, apresentando até quatro dentes incisivos e com cobertura de gordura condizente com as normas da União Europeia."
Ou seja, mesmo pertencendo à lista Trace, a fazenda precisa investir em produizir animais com estas caracteristicas especificas para produzir animais que vão originar a carne da Cota Hilton.
De qualquer maneira, anexei algumas referências abaixo que poderão complementar o raciocínio. Espero ter contribuido, estou a disposição. Grande abraço.
Para complementar, seguem os artigos abaixo:
http://revistasafra.com.br/boi-rastreado/
http://www.agricultura.gov.br/assuntos/relacoes-internacionais/documentos/requisitos-sps/requisitos-sps-uniao-europeia.pdf - Paginas 16 à 23.
https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/artigos/47889/o-que-e-cota-hilton-e-como-nela-se-enquadrar.htm
Ricardo Lanner
Só corrigindo: Peso mínimo para machos 210kg e fêmeas 180kg.
Andréa Mesquita
Olá, Ricardo, obrigada pelo comentário!
Vou fazer algumas verificações e providenciarei a devida correção. Valeu mais uma vez!
Lara Bonfim
Andréa Mesquita
Obrigada, Lara! E você, já tem sua cota? Abs!