O Mistério da Fiorentina!
Como saber se é a original?
                        
A cozinha toscana é uma combinação de tradição e excelência na produção agrícola, solo fértil, colinas e planícies adequadas para o cultivo que produz vinhos excepcionais, como o Chianti, e uma experiência longa, que é transmitida pelos melhores chefs locais, mantendo assim uma cozinha da mais alta qualidade.
Passeando pelas ruas daqui, resolvi explorar o mercado central da cidade, equivalente ao Mercado Municipal de São Paulo, por exemplo.

Este é um display de carne fiorentina em um restaurante dentro do mercado, em Firenze. O muito atencioso atendente, Nicolas - filho de brasileira e espanhol, nascido na Itália - me explicou o grande erro do turista que vem a Firenze buscar a famosa “bistecca alla fiorentina” e não se atenta para um importante ponto: o animal de origem.
Não é novidade destacarmos que quando falamos de bisteca, estamos falando de um tipo de corte não um tipo de carne - a bisteca tipo fiorentina pode ser retirada de qualquer bovino normal. O que faz esta ser especial e tradicional é o tipo de gado utilizado – ex. Chianina ou Calvanina - gado da região que ainda passa por um processo de maturação a seco - dry aged - justamente para amaciar e dar sabor à carne italiana.
O ponto aqui é: Firenze tem mais de 1600 restaurantes onde muitos deles oferecem a famosa “bisteca alla fiorentina”. Se todos eles utilizassem o gado local como matéria prima principal, a produção não daria conta de atender a demanda. O que isso significa? Que muitos restaurantes oferecem o corte porém com gado de fora da região.
Então o TC alerta: quando vier à Firenze buscar a Famosa Bistecca alla Fiorentina, peça ao local para lhe mostrar o IGP - Indicazione Geográfica Protetta, que demonstra a origem do animal que produziu aquela carne. E claro, se decidir comer uma bisteca de um animal de outras regiões do mundo – como o espanhol, da região da Catalunia, de Dario Cecchini – faça isso de forma consciente, entendendo exatamente aquilo que pediu e o que recebeu em seu prato.
Infelizmente nem todos os estabelecimentos visam à transparência e o bom relacionamento com os clientes, colocando o lucro à frente de outros valores importantes. Isso, em uma cidade reconhecidamente turística (cerca de 1,2 mi de turistas por dia), passa batido e o restaurante pode até se consagrar por um tempo, mas nada como ter a satisfação de um cliente - local ou não - retornar ao estabelecimento, buscando vivenciar a boa experiência que teve anteriormente.

 
                     
                                
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Antonio Santos
Carlos Machado