Bill Gates vê arroto das vacas como maléfico para o meio ambiente e propõe solução
Ensino a pescar. Depois vendo a vara. Depois a linha. Depois o molinete. A isca… etc. busque pelo famoso “follow de money” e descubra as verdadeiras intenções dos projetos que “visam salvar o planeta”.
                        
No último dia 26 de janeiro, foi divulgado pela Revista Oeste, a seguinte matéria:

A solução apresentada pela companhia é um suplemento alimentar à base de bromofórmio, substância presente em algas vermelhas capaz de reduzir o metano emitido pelo gado durante o processo de fermentação entérica.
Há uma parceria entre a startup e a Universidade Estadual de São Paulo para realizar testes no gado brasileiro.

Pode ser uma boa iniciativa? Claro que pode! Inclusive várias com este objetivo já foram e são frequentemente conduzidas em nosso país, que tem ciência, pesquisadores e projetos incríveis!
Qual a crítica a este tipo de notícia, então?
O Brasil constantemente se permite estar na posição onde “testes” acontecem e se validam. Isso se deve ao comportamento da nossa população, que tem adoração por aquilo que vem de fora, principalmente quando isso dá oportunidade de criticar o que é nosso. Ou seja, essa matéria é mais um daqueles pratos cheios para comentários rasos do tipo "viu só, teve que um empresário estrangeiro investir 60 milhões de dólares para reduzir o impacto ambiental da pecuária no Brasil" ou "olha só o quanto que comer carne faz mal ao ambiente... melhor do que gastar tudo isso em ciência, é reduzir ou parar o consumo!" e outros como este que servem apenas para confundir o nosso povo e influenciar a tomada de decisão, propagando cada vez mais o que eu chamo de "mentiras lucrativas".
E porque no Brasil e não em outro lugar?
Está claro que este tipo de solução dá “resultado” quando em escala. E o volume mais fácil de convencer as cifras envolvidas no negócio é o nosso, aliás, não só em volume, mas associando o número de animais que possuímos ao tipo de produção principal - em pasto - resulta no cenário ideal para o que estão atrás.
Só me parece estar faltando mencionar que emissão de metano não resume a conta. Não é a real fonte do problema. Não mencionam nesta matéria - e talvez nem saibam calcular - a mitigação, pois logo ficaria nítido que a ideia não pararia em pé, uma vez que nosso balanço é negativo, quando as mínimas práticas são aplicadas durante o processo produtivo. Ou seja, a pecuária feita como tem que ser, é uma prestadora de serviços ambientais e não o contrário!
Mesmo quando conduzido em pastagens extensivas, pesquisadores da Embrapa identificaram 2 toneladas de carbono removida para cada tonelada emitida, já transformadas em equivalentes gás carbônico (CO2).

Agora que a verdade começa a ficar um pouco mais fácil de ser compreendida, eu pergunto:
- Onde estão os projetos milionários para reduzir as emissões de carbono geradas a partir da quantidade de lixo que o mundo está produzindo?
- Me pergunto o porquê ninguém aprova milhões de dólares em investimento para reduzir a comida que diariamente vai pro lixo (equivalente a mais de 6 milhões de bovinos por ano, segundo cálculos da FGV e Embrapa, 2018)?
- Porquê não estamos falando da ineficiência alimentar? Da quantidade enorme de produtos alimentícios (que não podem e nunca serão chamados de alimentos) que as pessoas ingerem e seguem mal nutridas, dependendo de suplementos e medicamentos para restaurar a saúde? Aqueles cujo a maior parte dos ingredientes se resumem em farinha refinada, açúcar e gordura vegetal? Será que é porque isso não tem ROI (return of investment)? Será porque este tipo de projeto não gera caixa?
Talvez. Ou com certeza. Este tipo de iniciativa faria as pessoas perceberem que compram muito mais do que precisam ou compram o que não deviam e isso resultaria em frear o consumo exagerado e exacerbado das populações globais, tirando dinheiro do bolso de alguns destes “empresários salvadores do meio ambiente”...
Enfim, a hipocrisia ganha espaço novamente e quem perde com isso é a imagem do nosso país.
Seguiremos firmes, fazendo o que tem que ser feito, com muito amor, foco, conhecimento, ciência, dedicação e não se deixando levar por este tipo de matéria. Afinal… temos terra pra semear, animal pra criar, desossa pra fazer, carne pra resfriar e bocas pra alimentar, não é mesmo?!
Até o próximo texto. Abs!
P.S.: Essa é "só" mais uma opinião dessa inconformada com o status quo e apaixonada por propor novos olhares a "velhos" retratos deste mundo.

 
                     
                                
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Lucas Jado Chagas
Parabens e obrigado pelo conteudo.
Andréa Mesquita
Luiz Augusto Alves
Andréa Mesquita
Ricardo Andrade
Andréa Mesquita